Na primeira temporada da nova versão de A Grande Família, os roteiristas trabalharam em cima de uma seleção dos scripts de Vianinha, conservando o enfoque das relações familiares, mas a direção de Mauro Mendonça Filho procurou imprimir mais ritmo, agilidade e um tom realista às cenas. A ideia era que os atores não representassem para as câmeras, tentando captar a espontaneidade de uma família se movimentando dentro de uma casa de verdade.
Nesse sentido, o principal cenário fixo do programa, a casa da família Silva, foi projetado especificamente de acordo com essa intenção. O cenário media 120m2 e reproduzia três quartos, um banheiro, uma cozinha com copa integrada, uma varanda e uma garagem para abrigar a Belina 1972 de Lineu. Tudo na casa cenográfica funciona exatamente como uma casa normal, com interruptores, chuveiro, eletrodomésticos e material de construção verdadeiros.
Devido ao espaço exíguo da boca de cena – área em frente às três paredes que compõem o cenário –, os cinegrafistas têm de chegar mais perto dos atores, segurando a câmera na mão ou em um suporte preso ao corpo, o que levou o cenógrafo Keller Veiga a criar soluções técnicas para facilitar o trabalho da equipe. Alguns armários, por exemplo, servem de passagens de um ambiente para o outro. O fundo da pia da cozinha é conversível e pode ser usado para acomodar parte do equipamento de vídeo. Microfones, material de iluminação e monitores de TV ficam posicionados numa passarela que se estende ao longo das laterais do estúdio até o centro do cenário.
A escolha do bairro de Realengo, no subúrbio carioca, para inspirar o cenário de A Grande Família foi realizada após minucioso trabalho da equipe de produção e do diretor Guel Arraes. Como o bairro não deveria ser favelizado nem emergente, pesquisadores saíram às ruas para uma pesquisa de locação. Escolhido o local, toda a montagem dos cenários obedeceu à realidade social da região.
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